Movimentos são confusos e podem nem sempre se desenvolver tão ordenada e sequencialmente como apresentados aqui. No entanto, na medida em que estudamos centenas de movimentos ao redor do mundo, vemos que os movimentos geralmente crescem por sete fases distintas. Cada fase representa um novo avanço, mas também traz novos desafios. Segue uma visão breve e geral dessas fases e desafios. Como os Movimentos de Plantação de Igrejas (MPI) muitas vezes funcionam contra nossas tradições, é difícil permanecer no caminho certo. Os esforços de MPI precisam ser intencionalmente grandes em cada fase.

Primeiramente, dois esclarecimentos: quando falamos de gerações (Geração 1, Geração 2, Geração 3…) dentro de um movimento, queremos dizer novos grupos/igrejas de NOVOS crentes. Não contamos os crentes, a equipe ou igrejas originais, que, no início, trabalharam para começar novos grupos. Consideramos os crentes/igrejas que iniciam o trabalho como Geração 0, indicando que são a geração base.

Ainda, nossa definição de trabalho para uma igreja vem de Atos 2:37-47. Uma igreja nasce quando várias pessoas em um grupo se comprometem com Jesus como Senhor e são batizadas. Elas então começam a viver juntas seu amor e obediência a Jesus. Muitas dessas igrejas usam Atos 2 como um padrão dos principais elementos de sua vida em conjunto. Esses incluem arrependimento, batismo, o Espírito Santo, palavra de Deus, comunhão, Ceia do Senhor, oração, sinais e maravilhas, dar, reunir-se, dar graças e louvar.

Fase 1: Dinâmicas Chave para Iniciar um Esforço de MPI

• Uma equipe de MPI está presente, idealmente trabalhando junto com outras pessoas.
• Os esforços iniciais de MPI geralmente são empreendidos por discípulos externos – às vezes chamados de “parceiros”. Esses discípulos de fora da cultura trabalham ao lado de pessoas de dentro da cultura ou vizinhos próximos da cultura.
• Movimentos exigem compartilhar uma visão do tamanho de Deus, então os participantes se concentram em ouvir a visão de Deus para esse grupo.
• Movimentos exigem processos efetivos e, portanto, os parceiros focam em estabelecer uma base para eles.
• Catalisadores iniciais focam em oração e jejum extraordinários – pessoalmente e com os colaboradores.
• Também é importante mobilizar oração e jejum extraordinários (continua em todas as fases).
• Uma atividade de grande valor é lançar visão e buscar parceiros locais ou de cultura próxima com quem trabalhar em conjunto.
• Desenvolver/testar estratégias de acesso é necessário para conseguir oportunidades de se envolver com pessoas perdidas.
• Esse acesso deve levar à busca, semeadura ampla e filtragem por Casas (ou redes) de Paz (via Pessoa de Paz).
• Nessa fase as primeiras Casas de Paz são encontradas.

Desafios para os Esforços Iniciais de MPI

• Tentar transformar pessoas acolhedoras em Pessoas de Paz (Um verdadeiro POP tem fome).
• Confundir um indivíduo interessado com uma Pessoa de Paz (Um verdadeiro POP pode abrir sua família e/ou rede de amigos). 
• Em vez de treinar o maior número possível de crentes para juntar-se à busca, o forasteiro trabalha sozinho para encontrar as Pessoas de Paz/ Pessoas do 4º Solo.
• Um alcance não suficientemente amplo e ousado.
• Não confiar totalmente em Deus; confiar demais nos “métodos” de um determinado modelo de Plantação de Igrejas.
• Não trabalhar o suficiente (pessoas com sustento integral devem trabalhar nisso em tempo integral; pessoas com outros empregos devem dar um tempo significativo para oração e também para o alcance). 
• Passar tempo em boas (ou mesmo medíocres) atividades em vez de nas atividades mais frutíferas.
• Focar em “o que eu posso fazer” versus “o que precisa ser feito”.
• Falta de fé (“Essa área é muito difícil”).
• Parceiros que não são fazedores, mas apenas “treinadores”, que não são modelos do que eles treinam.

——————- O obstáculo mais difícil é da Geração 0 para igrejas da 1ª Geração ——————-

Dinâmicas Chave para Igrejas da 1ª Geração 

• A nova igreja deve basear sua compreensão e prática de ser discípulo e de ser igreja nas Escrituras – não nas opiniões e/ou tradições de pessoas de fora.
• Devem ser dependentes das Escrituras e do Espírito Santo, não do forasteiro.
• Deve haver uma rota clara de MPI. Embora existam muitas variações, os MPI têm rotas claras para todos os envolvidos. Os elementos-chave são: 1) treinar crentes, 2) engajar os perdidos, 3) discipular, 4) compromisso, 5) formação de igreja, 6) formação de liderança, 7) começar em novas comunidades.
• Deve haver um apelo forte e claro ao compromisso.
• Deve haver uma compreensão clara de verdades essenciais: Jesus como Senhor, arrependimento e renúncia, batismo, superação da perseguição etc. 
• O(s) forasteiro(s) não deve(m) ser o(s) líder(es) da igreja; ele(s) deve(m) fortalecer e orientar os de dentro para liderar a nova igreja.

Desafios para Igrejas da 1ª Geração

• Uma falha comum é não buscar co-operadores chave com visão (não são “obreiros contratados” fazendo o ministério principalmente para receber dinheiro).
• Os forasteiros podem sabotar o crescimento se não tiverem uma alta tolerância ao erro. Eles devem evitar a tentação de se tornarem os especialistas. O discipulado baseado na obediência corrige os erros e mantém o Espírito Santo e a Bíblia como líderes.
• Os líderes devem prosseguir gentilmente quando pessoas improdutivas não produzem.
• Um erro é orientar pessoas que não orientam outras.
• Um erro relacionado é orientar apenas no aspecto ministerial e não a pessoa inteira (relacionamento pessoal com Deus, família, trabalho etc.). 
• Parceiros inexperientes podem retardar ou frustrar o crescimento por não saberem como capacitar e liberar os de dentro para facilitar ou até mesmo iniciar novos grupos. 
• Os parceiros às vezes não percebem ou não estão comprometidos com o treinamento intensivo necessário para novos líderes.
• Um descuido é dedicar ênfase apenas à “profissão de fé” e não incluir a renúncia de devoções ou lealdades que separam os novos crentes de Deus.

Fase 2: Foco em Crescimento – Igrejas Iniciais da 2ª Geração

• Igrejas da Geração 1 (G1) estão crescendo ativamente.
• Parceiros intencionalmente focados em desenvolver líderes G1.
• Igrejas G1 estão iniciando igrejas/grupos G2.
• Os discípulos G1 chegaram à fé com o DNA do movimento e, portanto, é mais natural para eles reproduzirem as principais dinâmicas e processos do que foi para os discípulos da geração 0.
• Na medida em que o número de discípulos e igrejas cresce, a oposição e a perseguição podem, algumas vezes, crescer em resposta.
• Os líderes da geração 0 precisam priorizar a ajuda aos líderes e às igrejas G1 para que se reproduzam em vez de priorizar o início de novos grupos.

Desafios

• A rota do MPI ficou muito complicada; pensar que isso só pode ser feito por cristãos maduros, não por novos discípulos.
• Estão faltando diferentes partes da rota para um MPI; é fácil para os crentes perderem elementos-chave (dos 6 itens acima).
• O processo de grupo é frágil (olhar para trás, olhar para cima, olhar para frente) ; a responsabilidade é frágil.
• Não encontrar Pessoas de Paz/ Pessoa do 4º Solo na G1.
• Não definir o DNA “seguir Jesus e pescar pessoas” (Marcos 1:17) dentro de horas/dias.
• Não treinar o processo “Modelar-Auxiliar-Observar-Deixar” em todas as fases.
• Falta de oikos (rede de família e amigos) sendo colhidos na G1.

———— O segundo obstáculo mais difícil é de igrejas da Geração 2 para a Geração 3 ————

Na Parte 2 vamos abordar esse desafio, juntamente com as dinâmicas e desafios das fases 3-7.