Pequenos Grupos que têm o DNA de Movimento de Fazedores de Discípulos – Parte 1
– Por Paul Watson –
Grupos, e o processo do grupo, são um elemento estratégico de nossa estratégia para plantar o evangelho em todo o mundo. Subestimar o poder dos grupos e a importância do processo grupal é um dos maiores erros que um plantador do evangelho pode cometer.
Grupos de Discipulado
Use agrupamentos existentes. Há muitos benefícios em se engajar a grupos existentes em vez de iniciar grupos que são compostos de pessoas de diferentes grupos. Um deles é que ao se engajar a grupos existentes, você reduz muitas barreiras culturais que retardam (ou interrompem) o processo de grupo. As famílias têm estruturas de autoridade já existentes. Grupos de afinidade bem estabelecidos já têm líderes e seguidores. Dito isso, os grupos ainda precisam ser discipulados. Em outras palavras, precisam ser ensinados como estudar a Bíblia juntos, como descobrir o que Deus diz através de Sua Palavra, como mudar suas vidas para obedecer à Palavra de Deus e como compartilhar passagens bíblicas com amigos e familiares. Veja aqui como estabelecer um DNA de grupo saudável.
Estabeleça logo o DNA. Os grupos estabelecem os hábitos e o DNA para reuniões muito rapidamente – até a terceira ou quarta reunião. Os grupos são muito resistentes a mudanças depois que tenham estabelecido seu padrão de reunião. Consequentemente, o DNA do grupo deve ser estabelecido durante sua primeira reunião com o grupo.
Estabeleça o DNA por meio da ação. Você não pode dizer às pessoas qual DNA elas precisam ter. Você tem que levá-las a fazer coisas ou a pensar sobre as coisas de uma maneira que as leve a construir hábitos. Esses hábitos se transformam em DNA. Se você estabelecer o DNA – por meio de ação, não de instruções – então os grupos replicarão esse DNA naturalmente dentro de seus celeiros e em celeiros sobrepostos. Falaremos mais sobre isto na seção Processo de Grupo.
Estabeleça o DNA por meio da repetição. O DNA do grupo é produto do que se faz, e se faz com frequência. Você não pode fazer algo uma ou duas vezes e esperar que ele se transforme em DNA.
Estabeleça o DNA certo. Há um DNA mínimo necessário para que os grupos se reproduzam após a primeira geração. Vamos dar uma olhada em cada elemento.
De que DNA você precisa para grupos que se multiplicam e se tornam igrejas que se reproduzem?
Oração
Assim como a oração é um elemento essencial dos movimentos, a oração é também um elemento crítico dos grupos. Desde a primeira reunião, incorporamos a oração no processo de grupo. Lembre-se, nunca pedimos às pessoas perdidas que baixem a cabeça e orem. Não explicamos o que é a oração. Não temos uma palestra sobre o fato de essa ser uma parte importante do DNA do grupo. Em vez disso, introduzimos uma simples pergunta: “Pelo que você está grato hoje?”. Cada pessoa do grupo compartilha. Mais tarde, depois que eles escolhem seguir a Cristo, dizemos: “Você se lembra como abrimos cada reunião com a pergunta: ‘Pelo que você está grato?’ Agora, como seguidores de Cristo, falamos com Deus da mesma maneira. Vamos dizer a Ele pelo que estamos agradecidos?”.
Intercessão
Toda intercessão é oração, mas nem toda oração é intercessão. É por isso que separamos intercessão e oração como partes do DNA dos grupos que se reproduzem. A intercessão envolve compartilhar preocupações e tensões pessoais, assim como as preocupações e tensões de outros. Uma simples pergunta, “Que coisas têm estressado você nessa semana?”, introduz este elemento de DNA a grupos de pessoas perdidas. Mais uma vez, cada pessoa compartilha. Depois que o grupo se torna um grupo batizado de crentes, dizemos: “Da mesma forma que vocês compartilharam coisas que estressaram uns com os outros, agora vocês podem compartilhar essas mesmas coisas com Deus. Vamos fazer isso agora.”
Ministério
David Watson define ministério como: “Deus usando Seu povo para responder às orações dos perdidos e dos salvos”. Como qualquer grupo – perdido ou salvo – compartilha necessidades, haverá um desejo do grupo de fazer a diferença. Tudo o que o grupo precisa é de um pequeno empurrão. Faça a pergunta: “Como compartilhamos coisas que nos estressaram, há alguma forma de podermos ajudar uns aos outros durante a próxima semana?” Continue com: “Você conhece alguém em sua comunidade que precisa de nossa ajuda?” Incorpore este DNA desde o início e você não terá que se preocupar em motivar o grupo a transformar sua comunidade quando eles se tornarem cristãos.
Evangelismo/Replicação
Você sabia que pessoas perdidas podem fazer evangelismo? Bem, elas podem se você mantiver isso simples o suficiente. Evangelismo, em sua essência, é compartilhar o evangelho com outra pessoa. Quando se trabalha com pessoas perdidas, elas não conhecem todo o evangelho. Isso é totalmente correto. Só queremos que elas compartilhem a história que acabaram de ouvir com alguém que não estava no grupo. Fazemos com que elas pensem assim com uma simples pergunta: “Quem você conhece que precisa ouvir essa história nessa semana?”
Se essa pessoa estiver interessada, em vez de trazê-la para o grupo existente, temos a primeira pessoa perdida a começar um grupo com eles, seus amigos e sua família. Assim, a primeira pessoa perdida experimenta o estudo em seu grupo original e depois replica o mesmo estudo no grupo que começou com seu amigo.
Tivemos grupos que começaram quatro outros grupos antes de o primeiro grupo se tornar um grupo de crentes batizados. Algumas semanas após o primeiro grupo ter sido batizado, os outros grupos chegaram a um lugar onde escolheram seguir a Cristo e foram batizados também.
Na parte 2 descreveremos elementos adicionais do DNA necessário para grupos que se multiplicam e se tornam igrejas que se reproduzem.
Paul fundou o Fazer Discípulos Contagioso (www.contagiousdisciplemaking.com) para construir uma comunidade para os Fazedores de Discípulos e orientá-los na aplicação dos princípios do Movimento de Fazedores de Discípulos nos EUA e no Canadá. É instrutor regular de Perspectivas do Movimento Cristão Mundial e é coautor de Fazer Discípulos Contagioso: Liderando Outros em uma Jornada Espiritual de Descoberta (tradução livre do título, ainda não disponível em português) com seu pai, David Watson.
Adaptado de um artigo da edição de novembro-dezembro de 2012 da Missão Fronteiras, www.missionfrontiers.org, pág. 22-24.